Antes da abordagem relativa à Gestão Empresarial 4.0, para as organizações, faz-se necessário um preâmbulo sobre o que justificou a intenção desse tema. Preâmbulo que vai nortear boa parte do artigo.
É comum separar as fases da humanidade numa "régua" histórica que associa as gerações com as respectivas sociedades em que estão imersas, aí incluídas todas as perspectivas sociais, emocionais, familiares, mas principalmente a perspectiva da inovação, muitas vezes associadas à tecnologia.
E, do ponto de vista do binômio Ensino-Aprendizagem costuma-se dividir essas gerações em Educação 1.0; Educação 2.0; Educação 3.0; e Educação 4.0, sendo essa última a atual, considerada como a quarta revolução industrial, e já se fala em uma nova geração, já tendo arranjos de previsões relativas à Educação 5.0.
A Educação 1.0 se baseava, ou baseia no modelo onde a relação professor-aluno se dava de forma fundamentalmente hierárquica. Eu, particularmente, credito essa relação à questões sociais e sociológicas, mas notadamente à enorme desproporção de conhecimento entre professor e aluno. Com isso, o ensino se dava num modelo tradicional individualizado. O foco era ENSINAR.
Na Educação 2.0 o modelo de ensino era replicável em sala de aula, onde se buscava trazer o aluno para uma aprendizagem mais ativa, permitindo uma maior interação com o professor, através de perguntas.
Na Educação 3.0, o protagonismo do aluno foi mais ressaltado - "Sharing is the new teaching", ou seja, o professor permitia esse protagonismo do aluno e também crescia no processo de aprendizagem. Novas ideias nesse processo eram incentivadas. Quem nunca ouviu de um professor: "Eu aprendo com vocês". O que é uma verdade, sem dúvida.
Mas o foco deste artigo é a Educação 4.0. Nesse método há uma necessidade de REAPRENDER. Muito vinculado ao crescimento da utilização tecnológica da geração que está chegando no mercado de trabalho. Há uma frase, de Alvin Tofler, que dá uma nova dimensão do aprender - "Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender". Aqui vai um registro bem particular: A Educação 4.0 não pode ser aplicada isoladamente. Ela deve ser encarada como uma necessidade indelével, mas deve ser permeada pelos outros três modelos. Ou alguém duvida que há momentos em que é imprescindível o ensino tradicional? Como passar conceitos e fundamentos? Obviamente que não pode ser a única forma de interagir no processo Ensino-Aprendizagem.
Mas, finalmente, chegamos ao tema proposto no título. Como preparar as organizações para uma Gestão Empresarial 4.0? Não tem outra forma senão a de preparar as lideranças para receber esse jovem que, diferente de algumas gerações anteriores, não tem apego à empresa. Dificilmente irá passar muito tempo nela. Ou porque irá procurar outra, como uma característica dessa geração, ou porque irá empreender, criando startups, ou ainda, por um motivo eivado de argumentos e influências ideológicas (não vou me aprofundar nesse aspecto!!!), que o leva a ter desprezo, quando não raiva, de um empregador, empresário ou liderança hierárquica.
Por falar em hierarquia, registre-se a imperial necessidade de existir, salvo contrário não se teria a condução necessária ao processo de gestão. Até como processo educativo, muitas vezes relegados no ambiente familiar. Desta forma as Lideranças precisam entender seu papel de "encantar", pela capacidade sim, mas principalmente pelo EXEMPLO. Precisam entender as diferenças de gerações, não como conflitos, mas como uma natural evolução, fruto das mudanças sociais, emocionais, familiares e de inovação, citadas no início deste artigo.
Muitas dessas lideranças nas organizações não estão preparadas para essa praxis da nova geração. Então não há outra forma de responder à pergunta do título do artigo, que não seja com a resposta de que a solução começa pela CAPACITAÇÃO dessas lideranças para exercer o desafio de atuar com flexibilidade cognitiva, sabendo negociar, fundamentadas em normas e processos, mas "calibrada" pela empatia e inteligência emocional.
Os processos são FUNDAMENTAIS numa organização. Muitas os desprezam, com graves consequências. Mas somente se conseguirá os objetivos e resultados nas organizações, com a compreensão que pessoas e interações são as melhores "ferramentas", acima de quaisquer processos.
A formação de lideranças é uma das atividades no rol da nossa consultoria, em conjunto com nossos parceiros. Procurem-nos!!!
Artigo by IVAN CARLOS CUNHA
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